Economia

Após abrir em R$ 5,40, dólar opera no patamar de R$ 5,30 com vitória de Lula

Por Portal NC

31/10/2022 às 09:40:23 - Atualizado há
Na sexta-feira, a moeda americana teve queda de 0,15%, vendida a R$ 5,3005. Dólar opera em baixa nesta quarta-feira

Alexander Mils/Pexels

O dólar opera em alta nesta segunda-feira (31), chegando a R$ 5,40 na abertura, numa reação inicial negativa dos mercados à vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições presidenciais de domingo, embora o desfecho já fosse esperado por grande parte dos mercados financeiros. Neste pregão há ainda a formação da Ptax de fim de mês -- taxa de câmbio calculada pelo Banco Central usada como referência para operações financeiras.

Às 9h15, a moeda norte-americana subia 0,7%, cotada a R$ 5,3378. Veja mais cotações. Na máxima do dia, chegou a R$ 5,4095.

Na sexta-feira, a moeda norte-americana encerrou o dia em queda de 0,15%, vendida a R$ 5,3005. Com o resultado, a moeda acumulou alta de 2,99% na semana. No mês, há queda de 1,73%. No ano, o recuo é de 4,92% frente ao real.

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O que está mexendo com os mercados?

A reação dos ativos locais à vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está condicionada ao cenário externo, diante da preferência do mercado à agenda de Jair Bolsonaro (PL) e da falta de informações sobre os pilares econômicos do novo governo, destaca a Reuters.

A visão é de economistas e agentes de mercados, que ressaltaram que, apesar da expectativa de ajustes para baixo ao longo da semana, a eleição de Lula já estava em boa medida precificada e o foco agora se volta às suas sinalizações sobre a futura condução da política econômica e os arranjos políticos.

"A eleição apertada exige que o presidente eleito faça composição com o centro", disse Cristiano Oliveira, economista-chefe do banco Fibra, que viu como "muito positivo" a referência à união nacional feita por Lula em discurso logo após sua eleição, com agradecimentos a apoiadores de fora do seu partido.

José Alberto Baltieri, gestor da Asa Investments, disse que a maior expectativa é em relação ao nome do próximo ministro da Fazenda.

"É aí que o Lula consegue se diferenciar e ganhar o voto de confiança do mercado", afirmou, destacando que haveria uma reação negativa à indicação de um político.

"Os grandes impactos no mercado virão após a sinalização do ministro da Economia, que, por consequência, vai pautar o programa econômico de Lula", reforçou Luciano França, sócio-fundador da Avantgarde Asset Management.

"Teremos cenas dos próximos capítulos. O que é esperado é um resultado ruim para os ativos públicos, dado o histórico de gestões anteriores do Partido dos Trabalhadores, principalmente durante o governo Dilma."

Para Roberto Padovani, economista do banco BV, o mercado reage "não tanto pelo risco e agenda econômica, mas muito mais pela questão de se entender qual vai ser a resposta institucional".

A equipe do JPMorgan ressaltou em relatório preocupações com a tensão política.

"Com um resultado tão apertado, reconhecemos que a tensão política pode aumentar no curto prazo, e estaremos monitorando de perto este risco nos dias à frente. Ainda assim, como sinalizamos há algum tempo, não vemos razão para acreditar Lula não tomará posse em janeiro de 2023."

Ainda no cenário local, economistas do mercado financeiro elevaram de 5,60% para 5,61% a estimativa de inflação para este ano. Com isso, foi interrompida uma sequência de 17 semanas de queda do indicador. De acordo com o boletim Focus, a previsão para 2023 ficou estável em 4,94%.

No exterior, a inflação da zona do euro superou as expectativas mais uma vez este mês ao atingir um recorde de 10,7%, o que indica novos aumentos das taxas de juros pelo Banco Central Europeu. uma vez que as pressões sobre os preços parecem estar se ampliando.

As pressões inflacionárias também nos EUA mostram que o Federal Reserve (BC norte-americano) pode aumentar a taxa de juros em 0,75 ponto percentual pela quarta vez este ano.

O Fed aumentou sua taxa de juros de quase zero em março para a faixa atual de 3,00% a 3,25%, o ritmo mais rápido de aperto monetário em uma geração ou mais.

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