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Coluna - Seleções de vôlei sentado buscam ouro inédito em Mundial

Por Portal NC

02/11/2022 às 08:56:25 - Atualizado há

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O paraibano de 36 anos é o homem mais alto do país (e o terceiro do mundo), com 2,37 metros (m). Por conta da osteomielite, doença infecciosa que atinge os ossos e com a qual convivia há cinco anos, Ninão teve de amputar a perna direita em 2021. Acompanhado pelas redes sociais, ele foi convidado por Fernando, em julho, para conhecer a modalidade e treinar com a seleção.

“Apesar de nunca ter jogado [vôlei sentado] antes, o Ninão é coordenado, não tem os vícios, então fica mais fácil ensiná-lo. Ele, sentado, com o braço estendido, tem um alcance de 1,95 m, chega no final da vareta [da rede]. Todo mundo está esperando um jogo entre Brasil e Irã para vê-lo contra o gigante deles”, descreveu o técnico à Agência Brasil.

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O “gigante deles” é Morteza Mehrzad, de 2,46 m e o segundo homem mais alto do mundo. Ele defende a seleção iraniana desde 2015 e foi decisivo nas conquistas do título mundial em 2018 e do bicampeonato paralímpico, no Rio de Janeiro e em Tóquio. O país asiático é a maior potência do voleibol sentado masculino, ao lado justamente dos anfitriões bósnios.

O duelo entre Ninão e Morteza, porém, terá que esperar o mata-mata. As 16 seleções classificadas para o Mundial foram divididas em quatro chaves de quatro times cada. O Brasil está no Grupo C e estreia nesta sexta, às 10h30 (horário de Brasília), contra a Polônia. No sábado (5), às 10h45, a rival será a Alemanha. No domingo (6), às 6h45, os brasileiros terão pela frente o Canadá.

A primeira fase serve somente para definir as posições de cada seleção. Todas seguem para as oitavas de final, onde o líder do grupo pega o quarto colocado e o segundo enfrenta o terceiro.

As brasileiras, por sua vez, buscam um pódio inédito em Mundial. Medalhista de bronze nas últimas duas Paralimpíadas, o Brasil foi para Sarajevo com a base dos Jogos de Rio e Tóquio. Das 13 jogadoras, apenas duas (Andressa Luzia e Agata Marinho) não fizeram parte de alguma das campanhas. Na comparação com o time do Japão, o destaque é o retorno de Janaína Petit. A mineira, de 45 anos, remanescente da estreia paralímpica feminina, em Londres, não era convocada desde 2018.

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“Acho que será meu quarto [Mundial], mas com uma expectativa melhor que das outras vezes. Tentamos colocar o máximo de experiência em quadra e minimizar os erros, trazendo o máximo da bagagem também do vôlei em pé, que joguei por tantos anos”, disse Janaína, que praticava a modalidade convencional e defendeu a seleção brasileira de base antes de ser atropelada por um ônibus aos 18 anos, sofrendo grande perda de massa muscular e tendo que fazer enxertia em uma das pernas.

“São quase 30 anos de vôlei [risos]. Jogo desde os 12, passei pela Superliga. É uma felicidade, porque o vôlei sentado proporciona isso, atuar mesmo com uma idade mais avançada”, comentou.

O time feminino também será comandado por Fernando em Sarajevo. Ao contrário da masculina, o treinador assumiu a seleção das mulheres (da qual já integrou a comissão técnica) há pouco tempo. Em julho, no Torneio da Holanda, na cidade de Assen, o time esteve a cargo de Marcelo Francisco, que foi auxiliar de José Agtônio Guedes, técnico que dirigiu a equipe nos últimos dois ciclos paralímpicos e atualmente é secretário nacional do Paradesporto no Ministério da Cidadania.

“O que tenho pedido a elas é convicção em relação ao que estou falando. São mudanças [de comando] muito rápidas em pouco tempo. Além disso, pela questão territorial, é difícil termos intercâmbios. Na Europa, o pessoal joga toda semana. Entre as seleções masculina e feminina, o Brasil deve fazer de 15 a 20 jogos por ano. Na Europa, fazem de 80 a 120. Às vezes, podemos enfrentar uma equipe inferior, mas que entende mais o jogo e está mais preparada para competir. Tentamos passar [as instruções] o mais mastigado possível. Elas têm estudado, entendendo o porquê de fazermos isso”, declarou o treinador.

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O torneio feminino reunirá 13 seleções, separadas em três chaves (uma com cinco times e duas com quatro), nas quais a melhor equipe vai direto às quartas de final. As demais terão de passar pelas oitavas. As brasileiras figuram no Grupo C. A estreia será no sábado, às 4h, diante da Alemanha. No dia seguinte, às 4h15, o Brasil enfrenta a Itália. Na segunda-feira (7), a participação na primeira fase chega ao fim contra a Finlândia, às 6h45.

As principais rivais na briga pelo título (e a vaga direta em Paris) são as norte-americanas. Vice-campeã mundial nas três últimas edições, a equipe dos Estados Unidos foi medalhista de ouro nas Paralimpíadas de Rio e Tóquio. Em ambas, frustraram as brasileiras na semifinal, além de também levarem a melhor nas finais dos Jogos Parapan-Americanos de Toronto (Canadá) e Lima (Peru), respectivamente em 2015 e em 2019.

“Estou cansada de perdermos para elas, de ouvirmos o hino delas. É nossa vez de ouvir nosso hino. É um sonho coletivo. As meninas também não aguentam mais. Vamos para buscar a medalha de ouro”, garantiu Nathalie Filomena, campeã da seleção feminina.

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