Economia

Dólar é negociado acima dos R$ 5,30 com risco fiscal e inflação em alta no Brasil

Por Portal NC

10/11/2022 às 10:10:29 - Atualizado há
Na última quinta-feira, a moeda norte-americana registrou alta de 0,7%, cotada a R$ 5,1815. Dólar

REUTERS/Lee Jae-Won

O dólar opera em alta acentuada nesta quinta-feira (10), com os investidores reagindo às incertezas em relação ao controle das contas públicas no governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. Também pesa contra o real neste pregão a divulgação da inflação de outubro, que subiu acima das expectativas do mercado.

Às 09h36, a moeda americana saltava 2,89%, cotada a R$ 5,3314. Veja mais cotações.

No dia anterior, o dólar encerrou o pregão com alta de 0,7%, vendido a R$ 5,1815. Com o resultado, a moeda passou a acumular alta de 0,31% no mês. No ano, acumula queda de 7,05% frente ao real.

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No começo da manhã o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA), que representa a inflação oficial do país. Em outubro, o indicador teve avanço de 0,59%, após três meses consecutivos de deflação. O mercado já esperava um alta na inflação brasileira, mas o avanço nos preços foi superior às expectativas de especialistas, que projetavam uma alta média de 0,50%.

A maior influência no índice geral veio do grupo Alimentação e bebidas, com crescimento de 0,72% e impacto de 0,16 ponto percentual no índice geral. Na sequência das maiores influências estão os grupos de Saúde e cuidados pessoais (1,16% e 0,15 p.p.) e Transportes (0,58% e 0,12 p.p.). Já o grupo Vestuário teve a alta mais intensa, de 1,22%.

A nova alta dos preços no Brasil ocorre em um momento em que investidores estão cautelosos com os gastos do novo governo a partir de 2023.

"O mercado está preocupado com a dinâmica dos gastos públicos. Tem que ser uma dinâmica sustentável", afirmou Alessandra Ribeiro, economista e sócia da Tendências Consultoria, em entrevista a Globonews.

Para cumprir com as principais promessas de campanha de Lula - com destaque para a continuidade do Auxílio Brasil (que voltará a ser chamado de Bolsa Família) de R$ 600, um auxílio extra de R$ 150 para crianças pequenas e reajuste do salário mínimo -, o governo de transição planeja criar a PEC da Transição, que liberaria cerca de R$ 175 bilhões no Orçamento de 2023 além do teto de gastos.

Alessandra pontua, também, que ainda não há definição sobre quem estará na equipe econômica de Lula a partir do próximo ano, o que adiciona incertezas e volatilidade ao mercado. Investidores esperam a nomeação de uma pessoa mais alinhada ao centro do que a esquerda para as pastas da economia.

No cenário externo, o destaque do dia também fica por conta da inflação, desta vez nos Estados Unidos. O Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) de outubro será divulgado às 10h30, com expectativa de alta pelo mercado.

Uma inflação muito elevada na maior economia do mundo pesa contra a valorização do real frente ao dólar. Quando os preços disparam, a estratégia dos bancos centrais é elevar as taxas de juros. Nos EUA, os juros já subiram até um patamar entre 3,75% e 4,00% ao ano e o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) sinalizou que novas altas devem ocorrer nos próximos meses.

Juros mais altos impactam positivamente a rentabilidade dos títulos públicos de um país, que passam a entregar retornos maiores e mais atrativos. Como os títulos americanos são considerados os mais seguros do mundo, se a rentabilidade deles sobem há uma tendência global de migração dos investidores para esses investimentos, em detrimento dos ativos de risco. Nesse sentido, o dólar ganha força ante a moeda nacional.

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