Economia

Novo presidente do BID diz que banco tem pautas em comum com o futuro governo Lula

Por Portal NC

21/11/2022 às 17:51:27 - Atualizado há
Dias antes da eleição, Guido Mantega havia solicitado o adiamento da eleição. Goldfajn afirmou que não 'houve objeção' ao seu nome no Brasil e que quer 'olhar para frente'. Eleito no último domingo (20) presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Ilan Goldfajn afirmou nesta segunda-feira (21) que a instituição tem pautas em comum com o governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

"Temos pautas ambientais, pautas sobre a pobreza, desigualdade, pautas ligadas à infraestrutura. Claramente, algumas dessas pautas – senão a maioria – são aliadas com as políticas e às pautas do governo eleito", disse.

Segundo ele, a nova gestão do BID deverá manter a tradição da instituição com um relacionamento harmônico com qualquer um dos países que compõem o continente americano.

“[O BID] tem uma relação harmônica com todos os países da América Latina, do Caribe, da América do Sul, da América Central, da América do Norte. É uma relação harmônica. Acredito que isso vai ocorrer também – já está ocorrendo – com o governo eleito”, disse, em entrevista à GloboNews.

O novo presidente do banco multilateral disse que entre os projetos da instituição para a América Latina estão:

o de financiamento de redes de proteção social;

o de produção de alimentos;

e o de infraestrutura para levar os alimentos à população mais vulnerável.

Ilan Goldfajn será o primeiro brasileiro a presidir o BID – a posse está marcada para o dia 19 de dezembro. O banco é uma das principais fontes de financiamento de longo prazo para o desenvolvimento econômico, social e institucional da América Latina e do Caribe.

Ele foi eleito com 80,1% dos votos, para presidir a instituição por um período de cinco anos. Ilan foi indicado como candidato do Brasil pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.

"Isso [a votação] dá um certo respaldo, não só o respaldo que vem do Brasil, mas também o respaldo que tá vindo de todo o continente. Isso vai me permitir trabalhar para tentar levantar o BID que saiu um pouco com algumas feridas desse último presidente", afirmou Ilan.

Ilan Goldfajn: 'Não sou uma pessoa partidária, sou alguém que atua de forma técnica'

Pedido para adiar eleição

O ex-ministro Guido Mantega, que chegou a integrar a equipe de transição do governo eleito, afirmou ter entrado em contato com autoridades econômicas de países das Américas para pedir o adiamento da eleição do presidente do BID.

De acordo com Mantega – que foi ministro dos governos Lula e Dilma Rousseff –, a intenção foi contestar a indicação de Goldfajn, já que o nome do economista e ex-presidente do Banco Central foi apresentado pelo governo Jair Bolsonaro.

Apesar da tentativa de barrar a candidatura, o presidente eleito do banco multilateral defendeu que o momento é de "olhar para frente".

"Todo mundo que eu falei no Brasil, das diferentes matizes, diferentes partidos, todo mundo me deu apoio. E eu sei que não há objeção ao meu nome, não houve objeção ao meu nome por ninguém no Brasil", disse.

"Gostaria de olhar para frente porque eu vejo, agora, que a eleição saiu bem, que há apoio. Eu tô vendo já manifestações de todos os lados, inclusive do governo eleito. [...] Acho que a gente tem que olhar para frente. Isso que é importante nesse momento. Acho que agora é o momento de a gente estar, de uma certa forma, ficar orgulhosos de ter um brasileiro finalmente [na presidência da instituição]”, acrescentou.

Seis dias depois da declaração sobre a eleição para o BID, Mantega pediu para deixar a equipe de transição de governo. Ele integrava o grupo de planejamento, orçamento e gestão.

*Sob a supervisão de Letícia Carvalho
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