Economia

Ipea projeta crescimento de 3,1% do PIB neste ano

Por Portal NC

16/12/2022 às 17:02:16 - Atualizado há
Número foi revisado para cima em meio ao bom desempenho do setor de serviços e da indústria; para 2023, no entanto, expectativas pioraram. O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revisou a previsão de crescimento para a atividade econômica brasileira neste ano. A projeção do órgão passou para um avanço de 3,1% do Produto Interno Bruto (PIB) do país em 2022, número 0,3 ponto porcentual maior do que a estimativa anterior, de 2,8%.

Os números constam na Visão Geral da Conjuntura, documento elaborado pelo Grupo de Conjuntura da Diretoria de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Ipea.

Segundo o órgão, parte do resultado positivo esperado para este ano reflete o bom desempenho do setor de serviços (4,2%) e da indústria (1,7%) – dois dos principais motores da economia em 2022. Do lado da demanda, o destaque fica com o consumo das famílias (4%).

O Ipea destaca, no entanto, que a tendência ainda é de desaceleração. Em nota oficial, o órgão afirmou que a queda do PIB projetada para o quarto trimestre deste ano, de 0,2%, acompanha os diversos indicadores econômicos do país, que já apontam para um arrefecimento da atividade econômica.

“O encarecimento do crédito, lado a lado com uma inflação ainda elevada, vem deteriorando a situação financeira das famílias. Com isso, os níveis de inadimplência seguem aumentando, em função do comprometimento cada vez maior da renda familiar com o pagamento de dívidas passadas”, afirmou o Ipea em nota.

As previsões do instituto para novembro incluem um crescimento nulo na produção industrial em comparação ao mês anterior, além de um novo recuo no setor de serviços (-0,3%) e uma queda de 1,2% no setor de comércio.

Mercado de trabalho, inflação e fiscal

Segundo o órgão, apesar do cenário positivo observado no mercado de trabalho brasileiro, com recuperação dos rendimentos e crescimento da massa salarial, grande parte da queda do desemprego acontece não pelo aumento da ocupação, mas pela retração da força de trabalho.

“Em outubro de 2022, apesar do aumento de 5,4% da população ocupada, na comparação com o mesmo período do ano anterior, o contingente de trabalhadores vem perdendo o dinamismo. Mesmo assim, a massa salarial real continua crescendo e supera o nível anterior à pandemia”, informou o Ipea em nota oficial.

Segundo os últimos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desocupação foi de 8,3% no trimestre encerrado em outubro.

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Já em relação à inflação, o órgão ressalta uma tendência de queda, após o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ter encerrado o primeiro semestre do ano com uma taxa de variação de 11,9% no acumulado em 12 meses. Para este ano, a projeção do instituto para a inflação oficial do país é de 5,7%.

Para o Ipea, a expectativa é que as contas públicas do governo central encerrem 2022 com bons resultados. “As finanças públicas estaduais também mantiveram bom desempenho nos primeiros dez meses de 2022. Já as contas do setor externo seguem com comportamento positivo, mesmo com as incertezas e turbulências externas e internas”, afirmou em nota oficial.

Desaceleração à frente

Ainda de acordo com o Ipea, a perda de fôlego da atividade brasileira deve continuar em 2023.

“Para o próximo ano, as incertezas dizem respeito às mudanças no orçamento federal e no arcabouço de regras fiscais, com o objetivo de acomodar os aumentos de despesas desejados pelo governo eleito e garantir uma trajetória sustentável para as contas públicas”, informou o instituto.

Diante desse cenário, o órgão revisou para baixo suas projeções para o PIB do próximo ano, de 1,6% para 1,4%. Apesar da desaceleração, no entanto, a estimativa segue acima das previsões do mercado – segundo o último relatório Focus do Banco Central, por exemplo, o mercado espera um aumento de 0,75% do PIB em 2023.

Segundo o Ipea, o desempenho esperado para o próximo ano reflete as expectativas de um cenário desfavorável no exterior e de juros elevados e maiores níveis de incertezas no quadro doméstico.

“O crescimento de 1,4% será influenciado, em especial, pela expansão do setor agropecuário, que deve registrar expressiva alta de 11,6%, sendo esta a principal razão da divergência em relação à média prevalecente no mercado”, disse o órgão.

O Ipea também ainda revisou para cima as projeções para o IPCA do ano que vem, passando de 4,7% para 4,9%.
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