Economia

Dólar abre em alta, com mercado repercutindo atos de bolsonaristas golpistas

Por Portal NC

09/01/2023 às 09:53:20 - Atualizado há
Na sexta-feira, a moeda norte-americana recuou 2,17%, vendida a R$ 5,2357. Dólar

Freepik

O dólar abriu em alta nesta segunda-feira (09), um dia depois de terroristas bolsonaristas invadiram e depredaram o Congresso Nacional, Palácio do Planalto e Supremo Tribunal Federal em atos golpistas em Brasília.

Às 09h32, a moeda norte-americana avançava 0,40%, cotada a R$ 5,2565. Veja mais cotações.

Com a alta de hoje, o dólar interrompe uma sequência de dois pregões de quedas expressivas. Na última sexta-feira, a moeda fechou em forte baixa de 2,17%, cotada a R$ 5,2357. Com o resultado, o dólar acumulou queda de 0,80% na primeira semana do ano.

LEIA TAMBÉM:

ENTENDA: O que faz o dólar subir ou cair em relação ao real

COMERCIAL X TURISMO: qual a diferença entre a cotação de moedas estrangeiras e por que o turismo é mais caro?

DÓLAR: Qual o melhor momento para comprar a moeda?

DINHEIRO OU CARTÃO? Qual a melhor forma de levar dólares em viagens?

O que está mexendo com os mercados?

O mercado reage aos atos terroristas ocorridos neste domingo e, por isso, os ativos brasileiros vivem um dia de forte desvalorização, com destaque para a moeda nacional, o real.

Bolsonaristas radicais, depois de meses acampados em frente ao quartel-general do Distrito Federal, invadiram e depredaram os prédios da Praça dos Três Poderes, em atos que foram amplamente condenados, inclusive pela mídia e por autoridades internacionais.

De acordo com Carla Argenta, economista-chefe da CM Capital, os eventos ocorridos em Brasília trazem um viés muito negativo para o mercado brasileiro e isso não se resume apenas a esta segunda-feira - podendo o movimento de queda dos ativos nacionais se estender por mais tempo.

A economista destaca que "é impossível não traçar um paralelo entre o que aconteceu no Capitólio (nos Estados Unidos) há dois anos", mas considera que o que aconteceu no Brasil é mais preocupante para o mercado por uma sequência de motivos:

a omissão ou conivência, em alguma magnitude, das forças de polícias, o que, segundo a economista, levanta "sérios questionamentos sobre a sua característica apolítica e sua capacidade de promover a segurança da democracia brasileira";

o ataque foi voltado aos três poderes, diferentemente do que houve nos Estados Unidos, onde o ataque foi direcionado ao Congresso;

a democracia brasileira é muito mais jovem do que a norte-americana e está contida em uma região do mundo que contém características socioeconômicas complexas, que por si só já afastam o investidor;

esse evento aconteceu uma semana após a posse do novo governo. Portanto, se trata efetivamente de uma tentativa de golpe sobre um governo eleito legitimamente.

"Esse conjunto de fatores fez com que os olhos do mundo todo se voltassem para o Brasil. Talvez o resto do mundo tenha levado mais a sério essa ameaça antidemocrática do que o próprio Brasil e isso diz muito sobre a forma como o investidor internacional tende a reagir. É justamente por isso que ela não deve se resumir ao curto prazo", pontua Carla.

Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos explica que a os ativos brasileiros passaram por um momento de compra, ou seja, de valorização, no período entre o primeiro e o segundo turno das eleições presidenciais do ano passado.

Segundo ele, a força compradora foi consequência, sobretudo, pelo período entre os dois turnos terem sido tranquilos, sem violência generalizada, como o que se viu agora.

O especialista ressalta que os atos golpistas de domingo reforçam, principalmente para o exterior, a visão de que o Brasil segue muito dividido politicamente, polarizado. Isso, afirma Cruz, traz uma ideia de que os próximos quatro anos para o presidente Lula serão um momento de governabilidade difícil, com muitos riscos políticos no radar - o que aumenta a percepção de risco sobre os ativos do país.

VÍDEOS: notícias de Economia
Comunicar erro
Portal NC

© 2024 Portal NC - Todos os direitos reservados.

•   Política de Cookies •   Política de Privacidade    •   Contato   •

Portal NC