Economia

Concessão do Aeroporto de Congonhas aguarda assinatura da Infraero para ser finalizada nesta quarta

Por Portal NC

29/03/2023 às 16:42:24 - Atualizado há
Grupo espanhol Aena arrematou o segundo maior aeroporto do Brasil, com lance de R$ 2,45 bilhões. Estão previstos investimentos de R$ 3,3 bilhões em Congonhas — considerada à época a "joia da coroa" do leilão realizado em agosto. Vista do Aeroporto de Congonhas, na Zona Sul de São Paulo (SP).

RENATO S. CERQUEIRA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Faltando apenas a assinatura da Infraero, termina nesta quarta-feira (29) o processo de concessão do Aeroporto de Congonhas, em São Paulo.

A empresa que gere os aeroportos públicos confirmou que dará seguimento ao processo ainda hoje, respeitando o prazo estipulado pela concessão. A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e o grupo Aena já encaminharam suas partes.

Em agosto, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) realizou o leilão de concessão de 15 aeroportos públicos, espalhados por três blocos. O Bloco SP-MS-PA-MG incluía Congonhas, que é o segundo mais movimentado do país e um dos últimos grandes terminais ainda não administrados por operadores privados.

O grupo espanhol Aena Desarrollo Internacional venceu a disputa, com lance de R$ 2,45 bilhões, um ágio de 231,02% em relação ao lance inicial mínimo. Do total de investimentos previstos, R$ 3,3 bilhões estão somente em Congonhas — considerada à época a "joia da coroa" do leilão.

Sem concorrência, grupo espanhol arremata concessão de Congonhas e de mais 10 aeroportos

Sete meses depois, a Aena diz que cumpriu todas as obrigações pré-contratuais, que incluem o pagamento de mais de R$ 772 milhões referentes ao programa de "adequação do efetivo da Infraero" — um programa de demissão voluntária aos trabalhadores atuais de Congonhas.

O processo havia travado depois que a Advocacia-Geral da União (AGU) revogou a portaria de 2022 que regulamentava, entre outras medidas, o pagamento de outorgas usando precatórios. Os precatórios são títulos de dívidas do poder público que já transitaram em julgado, ou seja, dívidas reconhecidas pela Justiça e que o ente público, nesse caso, a União, ainda não pagou.

Segundo a concessionária, parte que representa menos da metade da outorga da concessão foi paga por meio de precatórios. O restante será pago em dinheiro. Pelas regras, a Aena tem 15 dias depois da assinatura do contrato para quitar o valor total.

Em seguida, cabe à Anac dar validade ao contrato. Começa, então, um prazo de 40 dias para que a Aena apresente seus planos operacionais, de treinamento de pessoal e a comunicação com a comunidade aeroportuária. Depois de aprovado o plano pela Anac, começa um período de "operação assistida", em que a Aena toca a operação dos aeroportos do bloco junto com a Infraero.

"Primeiro, [a Aena] recebe os equipamentos com menos de um milhão de passageiros ao ano e, na sequência, é transferida a administração dos terminais com mais de 1 milhão de embarques e desembarques, incluindo o aeroporto de Congonhas. Esse último cronograma está previsto para ocorrer no terceiro trimestre de 2023", diz comunicado da empresa enviado ao g1.

Leilão da Anac: proposta única arremata bloco com Congonhas por R$ 2,45 bilhões

Bloco SP-MS-PA-MG

Vencedor: Aena Desarrollo Internacional

Valor: R$ 2,45 bilhões

Ágio: 231,02%

Lance inicial mínimo: R$ 740,1 milhões

Investimento previsto: R$ 5,8 bilhões

Congonhas/São Paulo (SP)

Campo Grande (MS)

Corumbá (MS)

Ponta Porã (MS)

Santarém (PA)

Marabá (PA)

Carajás/Parauapebas (PA)

Altamira (PA)

Uberlândia (MG)

Uberaba (MG)

Montes Claros (MG)

Regras do leilão

Saiu vencedor de cada bloco a concessionária que ofereceu o maior valor de contribuição inicial mínima.

O requisito mínimo de habilitação técnica foi a comprovação de experiência de processamento, em pelo menos um dos últimos 5 anos, de um 1 milhão de passageiros para o Bloco Norte II e 5 milhões de passageiros para os blocos SP-MS-PA-MG. No caso do Bloco Aviação Geral, o número exigido foi de no mínimo 200 mil passageiros ou, alternativamente, 17 mil pousos e decolagens.

Além da contribuição inicial a ser paga ao governo na assinatura dos contratos, as novas concessionárias terão que pagar uma outorga variável sobre a receita bruta — estabelecida em percentuais crescentes calculados do 5º ao 9º ano do contrato, tornando-se constantes a partir de então até o final da concessão.

Os valores projetados para os contratos contemplam uma receita estimada de R$ 15,2 bilhões para os 15 aeroportos, sendo R$ 11,6 bilhões para o Bloco SP-MS-PA-MG; R$ 1,7 bilhão para o Bloco Aviação Geral; e R$ 1,9 bilhão para o Bloco Norte II.

As regras do edital estabelecem investimentos mínimos de modernização nos aeroportos a serem realizados já nos 5 primeiros anos de concessão.
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