Economia

Motor 1.6, ar, câmbio automático, câmera, painel multimídia... carro zero com desconto deixa para trás o popular da década de 90

Modelo mais barato sai por R$ 58.

Por Portal NC

09/06/2023 às 13:55:28 - Atualizado há
Modelo mais barato sai por R$ 58.990. Montadoras explicam que os preços podem variar em cada concessionária. Mais de 30 carros, com preço até R$ 120 mil, podem ficar mais baratos com medidas

Ar-condicionado, câmbio automático, motor acima de 1.0 e muitos itens vip: os modelos de veículo alcançados pela Medida Provisória que define descontos oferecidos pelo governo ao consumidor final nem de longe lembram os carros populares que deram origem à expressão na década de 1990.

O g1 identificou no início de junho 54 promoções nos sites das montadoras. Há modelos disponíveis por menos de R$ 60 mil e outros veículos com descontos que chegam a R$ 21 mil. Além do pacote de incentivos do governo, as empresas também estão oferecendo descontos próprios, para estimular o consumo.

Dos 54 modelos identificados, pelo menos 33 têm ar-condicionado. Mesmo os carros mais básicos, que não apresentam a descrição explícita do item nos anúncios, descrevem outros itens de conforto e segurança como painel multimídia e câmera de ré, entre outros.

Além dos 16 modelos identificados com motor 1.0, há outros 16 identificados com motor 1.6, 12 com motor 1.3 e 3 com motor 1.4. Outros sete carros são identificados com siglas, mas revelam potência que supera os 100 cavalos.

Embora 27 modelos tenham câmbio manual, 21 dos veículos anunciados são equipados com câmbio automático, item raro nos carros populares de antigamente. Outros seis não mencionam o tipo de câmbio. Quarenta modelos são descritos como flex.

Para a sondagem, a reportagem considerou a região de São Paulo e os preços iniciais sugeridos pelas montadoras em seus sites. Ainda de acordo com a pesquisa, pelo menos 7 companhias vendem carros de até R$ 120 mil.

Os preços com desconto já estão disponíveis e têm validade de quatro meses ou até que o limite disponibilizado pelo governo para o financiamento do programa seja atingido. Vale destacar que não necessariamente os preços anunciados pela montadoras serão os preços praticados pelas concessionárias.

Além disso, cada montadora está aplicando suas próprias regras para as promoções, como datas específicas, limites do número de veículos com desconto e condições de pagamentos menos flexíveis. É importante consultar todas essas condições de oferta por meio dos canais oficiais das empresas.

Como serão calculados os descontos do governo para carros novos?

Os descontos anunciados pelo governo seguirão um esquema de pontos com base em quatro critérios: fonte de energia, consumo energético, preço e densidade produtiva (a porcentagem do carro que é produzida no Brasil).

Para calcular o desconto de cada veículo, é necessário somar os pontos que ele tem em cada um dos critérios estabelecidos pelo governo.

Para que um carro receba o desconto máximo, de R$ 8 mil, por exemplo, é necessário chegar a, pelo menos, 90 pontos.

Veja um exemplo:

se a fonte de energia é o etanol ou a eletricidade/modelo híbrido, o carro faz 25 pontos;

se tem um consumo energético igual ou inferior a 1,40 MJ/Km, faz mais 25 pontos;

se o preço público sugerido for de R$ 70.000,01 a R$ 80 mil, faz 20 pontos;

se a densidade produtiva for de 65% a 74,99%, faz mais 20 pontos, totalizando 90 e alcançando o desconto de R$ 8 mil.

Para ficar na faixa mínima de desconto, de R$ 2 mil, a pontuação precisa ficar abaixo de 69. Dessa forma, se o carro:

é flex (aceita gasolina e etanol), faz 20 pontos;

tem um consumo energético entre 1,61 e 2,00 MJ/Km, faz 15 pontos;

custa entre R$ 80.000,01 e R$ 90 mil, faz 18 pontos;

tem uma densidade produtiva entre 60% e 64,99%, faz mais 15 pontos, totalizando 68 e recebendo o desconto mínimo.

No total, são sete faixas de desconto, que variam de acordo com as seguintes pontuações:

R$ 8 mil para veículos cuja soma dos pontos seja maior ou igual a 90;

R$ 7 mil para veículos cuja soma dos pontos seja maior ou igual a 85 e inferior a 90;

R$ 6 mil para veículos cuja soma dos pontos seja maior ou igual a 80 e um e inferior a 85;

R$ 5 mil para veículos cuja soma dos pontos seja maior ou igual a 77 e inferior a 81;

R$ 4 mil para veículos cuja soma dos pontos seja maior ou igual a 73 e inferior a 77;

R$ 3 mil para veículos cuja soma dos pontos seja maior ou igual a 69 e inferior a 73;

R$ 2 mil para veículos cuja soma dos pontos seja inferior a 69.

De onde virá o dinheiro para a medida?

Para conseguir o dinheiro para sustentar o programa, o governo vai antecipar a retomada da cobrança de impostos sobre o óleo diesel, como o Pis e a Cofins. Isso só estava previsto para janeiro de 2024. Mas agora será feito em duas etapas, a primeira já em setembro deste ano e a segunda em janeiro do ano que vem.

A medida - a reoneração do diesel - deve gerar R$ 2 bilhões em arrecadação até o ano que vem, mais do que o R$ 1,5 bilhão necessários para custear a queda do preço dos carros populares, caminhões e ônibus. O restante será usado no orçamento de 2024.

E, em vez de reduzir impostos, a ideia do governo agora é conceder créditos tributários às empresas do setor. Ou seja, elas vão continuar tendo de pagar os tributos, mas ganharão créditos que podem ser usados para abater pagamentos de impostos no futuro.

No total, o governo reservou R$ 1,5 bilhão para o programa. Serão R$ 500 milhões para automóveis, R$ 700 milhões para caminhões; R$ 300 milhões para vans e ônibus. Quando atingir o R$ 1,5 bilhão, o programa será encerrado.

Venda de carros cresceu em maio

De acordo com a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), a quantidade de carros licenciados em maio foi de 127,5 mil, o número é 7,9% maior que abril (118,2 mil). Contudo, no comparativo anual, houve uma queda de 8,6% - à época, foram licenciados 139,5 mil automóveis.

A produção nacional de veículos também teve um aumento no comparativo mental. Em abril, foram produzidos 137,5 mil carros; no último mês, 175,1 mil - alta de 27,3%. No comparativo com maio de 2022 (159,6 mil), houve um aumento produtivo de 9,7%
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