Economia

Juros bancários médios têm 1ª queda do ano em junho, para 44,6% ao ano

Recuo do juro bancário no mês passado já reflete custo menor dos bancos na captação dos recursos, com expectativa de corte da taxa básica da economia, a Selic, a partir da próxima semana.

Por Portal NC

27/07/2023 às 09:24:19 - Atualizado há
Recuo do juro bancário no mês passado já reflete custo menor dos bancos na captação dos recursos, com expectativa de corte da taxa básica da economia, a Selic, a partir da próxima semana. A taxa média de juros cobrada pelos bancos em operações com pessoas físicas e empresas recuou de 45,4% para 44,6% ao ano de maio para junho desse ano, informou o Banco Central nesta quinta-feira (27).

Essa foi a primeira queda do juro médio dos bancos desde dezembro do ano passado. A taxa foi calculada com base em recursos livres – ou seja, não inclui os setores habitacional, rural e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

A redução dos juros bancários médios acontece em momento de queda da chamada "taxa de captação" dos bancos, ou seja, quanto eles pagam pelos recursos.

Com a expectativa de corte da taxa básica da economia, a Selic, pelo Banco Central no começo de agosto, o valor que as instituições financeiras pagam pelos recursos, vem recuando desde abril.

As taxas de captação dos bancos têm por base os juros do mercado futuro, pactuados entre as instituições financeiras com base nas expectativas para a economia brasileira.

Nos últimos três meses, a taxa de captação das instituições financeiras caiu 1,3 ponto percentual, para 11,5% ao ano em junho.

A taxa média de juros cobrada nas operações com empresas recuou de 23,8% ao ano em maio para 23,1% ao ano em junho. Já nas operações com pessoas físicas, os juros caíram de 59,9% ao ano em maio para 59,1% ao ano em junho.

No cheque especial das pessoas físicas, a taxa subiu de 130,7% ao ano, em maio, para 133,6% ao ano em junho de 2023.

A taxa média de juros cobrada pelos bancos nas operações com cartão de crédito rotativo recuou de 454% ao ano, em maio, para 437,3% ao ano em junho.

O crédito rotativo do cartão de crédito é acionado por quem não pode pagar o valor total da fatura na data do vencimento.

Mesmo com a queda em junho, o patamar da taxa rotativa de juros segue proibitivo. Essa é a linha de crédito mais cara do mercado e, segundo analistas, deve ser evitada.

A recomendação é que os clientes bancários paguem todo o valor da fatura mensalmente.

Em abril, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que vai negociar com as instituições financeiras uma redução da taxa de juros cobrada nas operações com o cartão de crédito rotativo.

Crédito bancário

O volume total do crédito bancário no mercado, segundo o Banco Central, teve pequeno aumento de 0,1% em junho, ficando relativamente estável em R$ 5,4 trilhões.

No mês passado, houve alta de 1% nos empréstimos para as empresas, para R$ 2,1 trilhões, e queda de 0,4% nas operações de crédito para as pessoas físicas – para R$ 3,3 trilhões, acrescentou a instituição.

Para as pessoas físicas, o BC informou que contribuíram para a queda em junho as operações com crédito pessoal não consignado (-2,8%), o cartão de crédito (-1,1%) e o crédito consignado para aposentados e pensionistas do INSS (-1,9%).
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